Giant Anthem X1 2009

Joel O.

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Olá
Pretendo com este tópico apreciar da forma mais objectiva e coerente que conseguir a minha bike, e dessa forma, apesar de estar extremamente feliz com a minha bike prometo que não vou entrar por elogios desmesurados e tendenciosos. É provável que venham a encontrar algumas gralhas, o que é normal já que não sou nem mecânico, nem um expert nem engenheiro. :)

A bike que apresento não é de todo a montagem de origem, já que a maior parte do material que a equipa transitou do meu antiguinho quadro rígido. Há uns bons anos, quando comecei a montar a minha anterior montada, as características e material com que me preocupei, iam de acordo com uma tendência generalizada, e o meu próprio gosto. Queria uma bike capaz de fazer bastantes quilómetros, ágil, leve, bonita e resistente, e a opção de optar por componentes desenhados para a vertente competitiva de XCO e XCM foi o tónico, só comedido pelo meu orçamento de estudante universitário. Nos últimos tempos comecei-me a aperceber que a típica bike rígida de XC não é de todo a que oferece o melhor possível para o meu andamento. A competição não entra de todo nos meus planos, e o gosto que tenho de fazer quilómetros, se possíveis os mais divertidos possíveis, acabaram por deturpar o meu enquadramento inicial.

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A Montagem

Nos últimos tempos tenho vindo sempre que necessário a fazer uma escolha de componentes mais racionais possíveis e muito da minha bicicleta bebe de montagens de users daqui do fórum, como a do Nuno Prazeres com a SC mais bonita do fórum na minha opinião, a Kona Four do Nozes, e a Kona The King do nosso admnistrador por exemplo. A opção por componentes com o olho virado ao divertimento e à eficácia, e simultaneamente sem comprometer a capacidade de transmitir a velocidade potenciada pelas minhas pernas ou pela gravidade é o resultado do par de décadas de investigação intensa neste ramo de ciclismo, e muitos dos mitos da construção da bicicleta começam a cair em descrédito. Exemplo disso são os pneus finos e os guiadores rectos, que não sendo de todo peças erradas, servem sobretudo fins muito específicos e inapropriados à maioria de nós, ciclistas de fim-de-semana.
Ainda assim, conservo bastantes das propriedades de competição para que o quadro foi desenhado. O Avanço baixo, espigão alto e quase sem recuo, discos reduzidos e relação de transmissão alta, permitem desfrutar de todas as capacidades estudadas pelos engenheiros da Giant, e não me comprometem um bocado na altura de puxar pela bike enquanto rolo a maior velocidade.

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O Quadro

Este quadro já conta com alguns anos de presença nos catálogos da giant, tendo sido a proposta sugerida pela descontinuação do mítico e mui sensual Giant NRS. Li durante algum tempo que este era o seguimento tecnológico do sistema NRS, mas na minha opinião o sistema de suspensão deste quadro, o MAESTRO, foi a introdução de uma tendência cada vez mais vincada nos sistemas de suspensão traseiras nas marcas de bicicletas. Este sistema é composto por dois blocos triangulares, flutuando entre si agarrados por dois pivôs em alumínio maquinado e balanceados por um amortecedor FOX RP2, com disponibilidade de função Propedal.
A Giant aplicou toda a tecnologia de ponta na construção de estruturas em alumínio, sendo a versão X1 de 2009 a emancipação do Anthem, com o aumento de meia polegada ao curso disponível, e a fixação do amortecedor a passar do meio do tubo diagonal, para o encontro mais próximo possível entre tubo diagonal e movimento pedaleira. Esta movimentação permitiu a adição saudável de curso traseiro, e a aproximação de um factor basculante vital ao centro de gravidade da bicicleta. Na minha opinião, uma decisão bastante inteligente. Esta fixação deixa de ser proporcionada pela anterior armação pitoresca de quatro mini-braços, para uma fantástica casa de acolhimento do amortecedor, maquinada e estruturada no próprio tubo diagonal. A maquinação do alumínio atingiu capacidades brilhantes e a Giant utiliza da melhor forma essas mesmas capacidades. As soluções encontradas normalmente para bicicletas de curso superior, como é o caso da Reign, são transpostas superiormente para um quadro de XC, e convencem qualquer céptico. Esta solução não prejudicou o peso do quadro como é normalmente argumentado, e a prová-lo está o peso record em quadros de alumínio de 2440 gramas sensivelmente, para o tamanho M. O desenho do quadro, foi projectado como é normal na tecnologia de tubos hidroformados, para a maximização da resistência da estrutura e a redução do peso, e a Giant utilizou-a mesmo da melhor forma.

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A caixa de direcção é imponente e graciosa, um bloco cilíndrico agarrado a dois tubos por soldas perfeitas e sem vergonha de se mostrar. O tubo superior sem vincar uma forma curvilínea decresce em volume à medida que se aproxima do tubo do selim, numa inclinação negativa vincada. O perfil do tubo começa com uma aproximação a um triângulo não equidistante mas arredondado, acabando num paralelepípedo chato. Esta configuração permite um standover baixíssimo que se transmite num ganho real de capacidade em trilhos técnicos e curtos. Este desenho é uma imagem de marca deste modelo e revela-se como um das características pela qual este quadro há-de ser lembrado. Aquele típico pormenor que associamos directamente a um artigo em específico.
O tubo diagonal por sua vez começa junta à testa na forma de um quadrado volumoso e imponente, transparecendo uma ideia de capacidade e robustez na hora de resistir às torções provocadas pelos trilhos mais agressivos. Ao contrário do tubo superior, este não perde em volume à medida que se aproxima do tubo vertical, mas flui linearmente ao longo do seu comprimento, só interrompido pelo alojamento do amortecedor.

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PS: esta é a primeira parte da análise que pretendo publicar aqui no fórum. Este tipo de coisas ainda demora algum tempo e o meu momento não é o mais afortunado nesse sentido! Vou mantendo actualizado.
Até lá, boas voltas!
Cumprimento
 
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parrinha

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Joel O. boa análise, para já estás de parabéns, espero que a 2ª parte da análise venha tão boa como a 1ª, no entanto há alguma coisa a faltar, fotos!! :) o pessoal gosta é de fotos ....

Boas pedaladas a todos ....
 

Joel O.

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Olá
Obrigado antes demais.
Eu coloquei fotos, só que não estavam alojadas no melhor sítio. Penso que agora já é possível ver. Se possível confirmem sff

Cumprimento
 

toyotinha

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Boa analise, sim senhor, de um possível futuro engenheiro (penso eu).

Mais uma bela máquina.

Eu sou um pouco suspeito em comentar Giant´s, uma vez que é a minha marca de eleição.
Só lamento é que tantos “louros” são dados á Giant e poucos utilizam e apostam, mas penso que a culpa também é do importador que houve em Portugal e o actual também pouco tem feito para expandir a marca (não sei se estarei enganado, mas é o que se me parece) mas com o tempo vamos indo e vamos vendo.

Força nisso e agora só espero que tires o máximo de diversão com essa menina linda.
Boas pedaladas.
 

agirão

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Uma bike linda, que sempre me fascinou! Os comentários/análise são muito interessantes! Estamos perante um engenheiro mecânico, certo?

Continua, pf, pois estou ansioso pelo resto!

Parabéns pela máquina e pelo texto!

Um abraço!
 

Nozes

Active Member
Bela máquina sim senhor!

Ficamos à espera da lista dos componentes para poder dar palpites,e tal :D

A mim o que me afasta de trocar o meu quadro Kona Four por um Giant Anthem é o angulo de direcção,muito fechado para o meu gosto...aparte isso,todo o resto me seduz,e o sistema Maestro é dos melhores sistemas de suspensão actuais,não necessitando de bloqueios remotos para ter o melhor dos 2 mundos,sensibilidade na leitura do terreno e eficiência na pedalada.

A Giant em Portugal sofre de uma certa "falta de popularidade" devido a ter estado alguns anos sem representação oficial devido a problemas judiciais com o antigo importador. Quem perder algum tempo a olhar bem para estas bicicletas,vê que elas não ficam a dever nada às marcas que são por aí mais vistas,e não nos esqueçamos que é a Giant que fabrica a maior parte dos quadros para essas mesmas marcas ;)

Venham de lá mais textos como este inicial,dá gosto ler uma análise assim!

Boas pedaladas
 

Joel O.

New Member
Olá

@Toyotinha - sempre foi uma das minhas também. em princípio sonhava com a NRS, e quando saíu a anthem, na versão anterior também adorava. Agora tive a felicidade de comprar este quadro.
Este quadro tem recebido as melhores críticas da imprensa especializada e o efeito está a custar a pegar aqui. O importador parece-me que está a trabalhar bem melhor que antigamente. Pelo menos já se vê mais lojas a comercializar a marca, e com regularidade. O que me parece que acontece, é mesmo uma questão de maturidade do mercado. Nos EUA esta bike é um sucesso de vendas, porque os utilizadores estão mais conscientes do que realmente precisam para o que fazem. Em Portugal como a cultura ciclista não está tão vincada quanto isso, as vendas repercutem-se muito no mesmo. É mesmo uma questão de dar tempo ao tempo. Se bem que se calhar um bocadinho de publicidade não fazia mal nenhum à marca, mas isso é lá com eles. No entretanto a minha bike continua mais exclusiva! :D

@agirao - obrigado pelo elogio. vindo de si, tem sabor especial. A análise tento que seja a mais completa possível, senão era mais um pedaço de texto bacoco.
No palpite é que foi ao lado. Sou mesmo um quase quase quase economista, mas sem culpas no cartório para já :D. Contudo gosto mesmo muito de bicicletas, e perco/invisto umas horas a ler sobre elas. A engenharia mecânica foi algo que equacionei mas optei por isto. Escolhas...
Os próximos textos vão surgindo de acordo com a disponibilidade. Neste momento estão a decorrer os exames da universidade e o tempo é escasso.

Boas pedaladas
 

toyotinha

Member
Joel O.

Para quem já teve um quadro Giant ATX 7 (não tenho conhecimento de mais nenhum em Portugal), e que apesar de ser um quadro um pouco pesado mas com um comportamento espectacular.
Por motivos de saúde, experimentei o Giant XTC Advanced SL (que está á venda) é um autêntico velocista, quer a subir quer a descer e em plano (não se consegue andar devagar e depois falta pernas) e resistência tremenda.
Pelos mesmos motivos, passei para um Trance Advanced (também poucas conheço ca) que é tudo o que já referi nos anteriores mais a apreciação que fazes ao Giant Anthem.
O meu filho com um Giant XTC Advanced SL.
Que mais é que eu poderei dizer das Giant´s?

São autenticas máquinas de guerra.

Boas pedaladas
 
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Nuno Prazeres

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Boas,
Queria antes de mais agradecer a referência à minha bicicleta e à minha pessoa.

Depois tenho que dar os parabéns ao autor do tópico que, além de escrever muitíssimo bem, fez uma excelente escolha de quadro. Quero mais detalhes e mais fotos. :)

Já agora, devo dizer que concordo com a ideia expressa sobre guiadores rectos e pneus finos.

Quando comprei a minha bike estava a treinar diariamente e aquela combinação guiador recto+avanço longo justificava-se perfeitamente. Agora que peso mais 10 kgs teria comprado uma bike com outro tipo de objectivos: para aí 140 mm de curso, guiador elevado mas sem deixar de tentar apontar para um peso na ordem dos 11 quilitos...

Esta Anthem deve ter um sistema espectacular. Conheço a NSR e o Maestro que penso que usa uma lógica de pivot virtusl promete ser ainda melhor.

Agora esse quadro dá para fazer uma besta de corrida ou uma devoradora de singles. É que estas geometrias olhadas com desdém pelos meninos dos cursos mais longos mas quando falamos de singletracks rolantes com uma subidita aqui uma descida sinuosa ali, não há melhor.
 

Joel O.

New Member
Olá
Mais uma vez obrigado pelos elogios. Sabe bem:D

@Nozes - esperemos que a postura dos actuais importadores seja mais saudável. A ver pelo fluxo de bikes que vão correndo pelas lojas, pelo menos aqui na minha zona, é um bom indicador.
Quanto ao ângulo de direcção a mim não me faz assim tanta confusão. No inicio confesso que o estranhei, já que esperava um relaxamento ténue típico deste tipo de quadros. As primeiras voltas fizeram-me perceber porque foi assim desenhado. Conto na próxima semana explanar o esta configuração e uma possível solução não tão rebuscada quanto isso.
A descrição de componente também irá surgir entretanto. E o teu quadro, uma sugestão, não o troques, é fantástico!

@Nuno Prazeres - o quadro usa mesmo um sistema de pivô virtual que não lhe deve ser estranho. Este sistema tem-se revelado uma surpresa. É brilhante a capacidade de absorção de pequenos ressaltos, e a independência entre a cadência de pedalada e o amortecimento. Este primeiro deve ser contudo treinado. Os anos de rígida criam vícios imperceptíveis que dão alguma luta a ser corrigidos quando passamos para quadros FS. O melhor exemplo possível desta situação, são as picadas íngremes e técnicas que me deixam um sorriso bem grande.

Estou ansioso por levar a bike para trilhos de singles fechados recheadas de drops, raízes e curvas apertadas. Sempre estou curioso para ver a reacção da bike. Hoje foi dia de passear a bike na sera do Caramulo, e confirmei uma coisa: o racing ralph 2.25 é um pneu impressionante. Já o Continental...

Boas voltas
Cumprimentos
 

PedroTenreiro

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Boas Joel.
Grande máquina que aí tens.
Gosto muito da Giant. Tive uma Yukon que passou para o meu irmão quando montei a BH. Ainda cá mora em casa e não tive a mais pequena queixa do quadro. Gostava muito do esquema fishbone.
A Anthem é brutal, mas para mim, no que respeita a FS da marca, a predilecta é a Trance.

Uma coisa que me intriga... Uma vez que pelos vistos tens mais experiência com HT,qual achas melhor a subir? E a ultrapassar obstáculos nas subidas?
 

Joel O.

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Viva, e obrigado! :D

As minhas duas rígidas anteriores foram duas BH's. Em primeiro tive uma BH Sierra Nevada, e depois passei para uma BH Sierra Nevada, até há umas semanas. Grande grande grande quadro, lindos e actualizadíssimos ao nível de geometria. A naturalidade com que encarei a agressividade deste novo quadro deve-se à disposição competidora do BH.
Quanto à pergunta, para mim, quando enquadrei o meu andamento e o que pretendia da bicicleta, referi que este haveria de servir sobretudo a capacidade de fazer km's, e mais do que isso, a diversão. Do que mais me dá gozo a andar de bike é a transposição de obstáculos em inclinações absurdas, e nesse campo, as suspensões totais são de outro campeonato. Isto não quer dizer que as rígidas eventualmente não possam ser mais rápidas, mas isso já são outros tantos. Para o que faço, não há dúvidas, FS all the way. Deve-se ter em atenção um ponto importante nesta questão, a cadência como tinha dito, e o pneu de trás. Ontem tive mais uma vez a oportunidade de testar ao máximo a capacidade de subir em inclinações altas, e o Racing Ralph 2.25 foi rei. Um colega usava o Crossmark da Maxxis e a diferença foi notória.

Cumprimentos
 

Joel O.

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Viva

Quando iniciei o tópico prometi que o actualizaria sempre que possível, mas nos últimos tempos tenho encontrado constantemente bons motivos para ignorar esta tarefa. As férias são momentos fatigantes na vida de um jovem. Ainda assim, a bike tem levado bons açoites e as sensações são as melhores. De momento a bike já teve algumas modificações, para melhor, uma por necessidade, e a outra que já a desejava há bom tempo.

Segue então mais um pequeno texto que já tinha escrito há algum tempo, e que vem no seguimento do anterior.

...
O tubo diagonal por sua vez começa junta à testa na forma de um quadrado volumoso e imponente, transparecendo uma ideia de capacidade e robustez na hora de resistir às torções provocadas pelos trilhos mais agressivos. Ao contrário do tubo superior, este não perde em volume à medida que se aproxima do tubo vertical, mas flui linearmente ao longo do seu comprimento, só interrompido pelo alojamento do amortecedor, acabando agarrado robustamente ao tubo perpendicular do movimento pedaleiro, Também nesta secção estão disponíveis as furações normais para o bidão de água, uma na superfície superior, com espaço de sobra para capacidades superiores a 500ml, que nem sempre é normal nestes registos, e uma na superfície inferior, como já vem sendo normal. Eu não sou muito crente neste tipo de solução, e como uso habitualmente mochila de hidratação, esta não é uma característica que me incomode, mas abre espaço à fixação por exemplo da bateria de um kit de iluminação para ciclistas com bafos de Gastão, já que é um elemento sensível exposto da pior forma aos elementos com que a bicicleta lida.
O tubo do espigão de selim não tem muita história, protagonizado por um tubo de perfil circular, a começar no movimento pedaleiro com uma largura adaptada ao desviador dianteiro, preocupação fulcral de todos os fabricantes na era ex-ante direct-mount, incomodado por uma protuberância que serve de casa aos robustos rolamentos do balanceiro do amortecedor, e acabando numa abertura com o espaçamento de 30.9mm dedicada ao espigão de selim. A configuração do tubo vertical esconde no entanto um pormenor que abordarei mais à frente, e que é coisinha para dividir opiniões.
As escoras surgem na forma de um bloco composto por sete tubos em comunhão inspirados na Scarlett Johansson, de espessura e formas variáveis, agarrados a uma peça em alumínio ultra maquinado em forma de pega de garrafão. Mais uma vez esta configuração está desenhada no sentido de potenciar a rigidez de uma traseira basculante às torções da roda traseira, travão e da própria força imprimida pelo ciclista. Na escora inferior é de notar o volume generoso da tubagem com um corte na forma de rectângulo vertical, e o dropout que não sendo daqueles que abrem cervejas, apresenta uma característica que a mim muito me agrada, a de fragilidade onde interessa.
Com a importante função de negociar a linearidade em forma de rácios de força, resistência e compressão, surgem os balanceiros, maquinado ao tutano e sorvidos por uma qualquer criatura sedenta de limalhas de material. A forma como estes se apresentam acaba por não assustar a quem olha, mas transpiram um só cuidado, o de conseguir o melhor pelo menor possível. O balanceiro inferior, gira em torno de um mega eixo que atravessa o alojamento do amortecedor, que acaba por o suportar também, criando uma ideia de simbiose que não tenho neste momento capacidade de a provar empiricamente. Este prolonga-se numa forma curvilínea abraçando o próprio movimento pedaleiro servindo de suporte aos rolamentos que movimentam a escora inferior. À escora superior está agarrado um tradicional balanceiro triangular e incorporado em si duas guias destinadas à fixação do cabo das mudanças e do travão.

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Logo que conseguir continuo a publicar novo material.
Boas voltas
 
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kreatorz

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Parabéns pela poética descrição, também sou fá da Giant desde a minha saudosa XTC 860 de 2002, tive uma NRS de 2004 que partiu em 2008 e veio em troca um Anthem e foi ai que deu para perceber a evolução que houve, é uma bike fantástica eu costumo dizer que não somos nós que puxamos por ela, mas sim ela por nós no verdadeiro sentido que só quer velocidade (haja pernas)!

Boas pedaladas,
Evaristo
 

Joel O.

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Olá

Orgulhosamente desleixado com este tópico, vou deixar umas notas em jeito de descargo de consciência. :)
Apercebi-me agora que o tópico morreu há quase um ano, e pouco mais do que o quadro falei aqui. Engraçado como me consegui desligar do tópico durante tanto tempo, quando a visita ao fórum é tão rotineira.

A montagem alterou-se ligeiramente desde então, a maioria das trocas por necessidade.

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A foto é a possível da montagem atual.

O Conjunto

O quadro faz 100 mm de curso, sem possibilidade de bloquear o amortecedor. O sistema de amortecimento é já bastante popular e dispensa a necessidade de argumentar quando digo que não faz falta nenhuma essa opção. À frente troquei a fantástica Sid, pela bem mais pesada Reba, com o objetivo de dar mais alguma coerência à montagem, e aproximar a montagem à configuração planeada de fábrica. Acontece que este quadro tem um ângulo de direção bastante fechado, e com a opção da Sid, com apenas 80 mm na frente, fazia com que este ainda se cerrasse ainda mais. É verdade que estava habituado a este cenário, e até gostava, mas fazia pouco sentido quando a minha vontade inicial era uma bicicleta capaz, mas mais relaxada, já para não dizer que não estava a aproveitar toda a potencialidade desta bicicleta.
No Inverno, que é um momento em que faço um pouco mais de estrada, e menos montanha, optei por experimentar uma transmissão 1x9, aproveitando os últimos suspiros de vida da cassete 11-34, e deixando à frente um prato de 32. Sem me querer alongar, gostei ao ponto de ainda a manter assim.
Por último, troquei o espigão por dois motivos. Este quadro revelou um problema que já havia lido em foruns estrangeiros, e que se tornou bastante aborrecido. Por algum motivo, que ninguém conseguia precisar, a bicicleta fazia um ranger metálico enquanto se pedalava sentado, e tudo apontava para a zona do tubo horizontal. O pessoal por ali, fez trinta por uma linha para conseguir perceber de onde vinha o barulho, e os mais trágicos apontavam este barulho ao problema crónico de algumas séries deste quadro, que era a fratura na junção do top tube com o seat tube, que de resto a Giant assumiu sem problemas aos azarados. Felizmente não foi o meu caso. Acontece que o Departamento de Certificação de Qualidade da Giant não fez um grande trabalho nesta série de quadros, num sítio muito especial. Pelo que me parece, a solda destes dois tubos, não foi corretamente alisada ao ponto de poder receber pacificamente o espigão de selim, e fazia com este apenas se apoiasse numa pequena área. Consegui perceber isso quando constatei que a superfície de contacto do espigão com o quadro, estava bastante marcada numa pequena área, cerca de 1x1 cm, na parte frontal deste, e já levava um grau de erosão considerável. Como as minhas pernas são um bocado desproporcionais, e o espigão de 350mm estava mesmo no limite, optei por comprar um maior, e experimentar uma coisa que na minha cabeça fazia sentido. O espigão ao ser mais comprido, se a protuberância da solda não fosse muito grande, iria conseguir fazer com que este apoiasse mais em baixo, e desse mais espaço de contacto com o quadro para distribuir a força do meu peso. Aparentemente tinha razão, e consegui eliminar este ruído, e diminuí o risco de trazer problemas ao quadro por ter o espigão no limite. Acresce o peso, mas não me incomoda nada.

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Entretanto, já percorri algumas centenas consideráveis de km's, com desafios bem duros para a bike, e não tive qualquer problema. Oportunamente deixarei algumas apreciações do comportamento da bicicleta, e por último, umas fotografias.

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Cumprimentos
 

diogobike

Member
Boas Joel O., parabéns a tua bike esta muito fixe, podias me dizer como se comporta a transmissão 1x9 nos trilhos tanto a subir como a descer.

Obrigado
 

Joel O.

New Member
Obrigado.

Estou muito longe de andar muito, nem pretendo. eheh

A transmissão que mantenho atualmente foi pensada no início do ano quando me preparava para uma prova de 24h. O facto da prova se desenrolar em circuito fechado com pequena amplitude de velocidades, e conferir mais alguma fiabilidade ao conjunto com algum ganho de peso, fez com que experimentasse. Para isto contei com um cassete 11-34, uma corrente e um prato 32 (de série), tudo em fim de vida, com o objetivo de usar assim até ao momento de enviar para o lixo.

Aquilo que mais gosto de fazer com a bicicleta, são passeios tendencialmente grandes, dia inteiro, com um ritmo bastante controlado à minha vontade. Raramente entro em ritmos de pedalada que não são os meus, o que não faz com que seja mais ou menos rápido a pedalar.

A subir, a grande maioria das subidas na minha zona, não encontro grandes problemas de contornar a pendente com esta relação, sem forçar muito as pernas. O facto de usar suspensão total, com pneus largos, faz com que diminua em muito as perdas de cadência e tração o que conta bastante. Quando as subidas já são mais inclinadas, pago com a força das pernas não ter uma relação mais baixa, e muito poucas até agora foram as subidas que não consegui fazer assim. Gosto muito de subir esse tipo de picadas técnicas, e esta configuração faz com que o desafie apimente um pouco mais.
Contudo, não sou o maior da minha aldeia, e sim, esta configuração pode trazer um desgasto mais prematuro em passeios com mais quilómetros em percursos mais exigentes.

Nunca fui um grande rolador, e raramente me apercebo de rolar a velocidades superiores a 34 km/h. Velocidade que de resto não fica limitada por esta relação. Ontem por exemplo, dei por mim a rolar com o meu grupo a cerca de 37km/h com uma pendente ligeiramente negativa, e apesar de não encabeçar o grupo, não fiquei para trás por causa disso. A velocidade era limite, e estava a obrigar-me a treinar uma cadência pouco normal, o que até é bom, mas esses são momentos de todo raros.

A descer, que é coisa que muito aprecio, nunca senti falta de mais velocidades. Tal como na condução de um carro, há alguns comportamentos de antecedência que aprendemos nesta configuração, e quando encontro uma descida, basicamente apanho o balanço possível para abordar a descida com a velocidade possível. O resto é controlar, e tocar nos travões o mínimo de vezes possível, sem perder embalo nas curvas. O problema das descidas em estradão não me assiste, porque também não sou fã delas, e muito simplesmente limito-me a descer à velocidade que a gravidade me permite.

Esta pode ser um relação com limitações, mas acontece que esta bicicleta foi montada para eu a usar, o que faz com que eu não tenho de estar preocupado com uma relação que potencie o andamento dos outros. Por outro lado, é mais uma experiência ciclística que nos permite assimilar mais alguma técnica, por necessidade, sem grandes espaço para vícios.

Ainda assim, estou a pensar montar dois pratos. Pretendo participar numa prova com acumulado obsceno, e tendo em conta a mediocridade da minha capacidade, talvez seja sensato.
 

Joel O.

New Member
Bem que imaginei uma coisa bem organizada, mas isto já vai uma bela confusão. Quando for oportuno, tento dar um jeito no primeiro post para uma análise coerente.

Há cerca de um ano, quando estava entusiasmado com a análise, construí um pequeno quadro de comparação da geometria deste quadro, com alguns modelos que me pareceram pertinentes, muito por força do comentário do Nozes, a reforçar um pensamento popular pela net fora. O ângulo de direção não parece ser à luz de alguns ciclistas a coisa mais feliz dos desenhadores da giant, e fiz o seguinte quadro para me ajudar a pensar.

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Registei em cada linha, as medidas básicas para uma medida M (18.0) de alguns quadros de comparação, que me fizeram sentido na cabeça, o que vale o que vale. Atualizei as medidas atuais do giant anthem, a versão equivalente e a de carbono, comparei-o com o quadro rígido da marca, o quadro mais popular de XC, o Scale da Scott, a grande referência mediática das suspensões totais, o epic da specialized, e por alguma razão que não me assiste, esqueci-me do spark. Não queria com isto dizer que aqueles eram os melhores quadros do mercado nas suas gamas, mas tentei perceber de que forma, por um lado, se traçaram os objetivos deste quadro enquanto à sua função, e por outro, por que razão se levantavam tantas ressalvas a algumas das suas medidas. Facilmente percebemos que este é à semelhança de um bom álbum de música, um quadro que divide paixões platónicas, e a indiferença total. Cenas fixes portanto.

No sentido de facilitar a leitura, deixei a verde as medidas inferiores ao Giant Anthem, e a vermelho as que ultrapassavam.
A primeira coisa a perceber, é que de facto a Giant produziu um quadro com um ângulo de direção mais agressivo que o próprio Scale da Scott, brutalmente direcionado para as pistas mais exigentes, a confirmar-se também no ângulo do tubo de selim. O Top Tube também se mede na mesma tendência.
Não é difícil perceber que a Giant desenhou um quadro com as características mais próximas de um quadro rígido de XC, na medida do possível. A escora teve de sofrer um pequeno incremente pelos motivos óbvios.
E será que faz sentido criar um quadro de suspensão total, com medidas de rígido?

(a continuar)
 
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