Pedro Duarte
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Estava Stressado do trabalho e do trânsito, cheguei a casa ás 18:10h impaciente com uma dor de cabeça terrível, sem vontade para nada. A minha mulher ao ver o meu estado diz-me " vai dar uma voltinha de bicicleta que ficas melhor ", apesar de não me apetecer lá fui dar a tal voltinha, sai de Mafra com o sol de fim de tarde ainda alto e desci até ao vale da Srª do Ó.
O tons avermelhados do sol reflectidos nas árvores criavam uma atmosfera quase mística, junto á margem do Lizandro um pescador atirava o anzol á água, alguns agricultores regavam as suas plantações e eu começava a sentir-me bastante melhor ... de repente senti-me como que "engolido" pela natureza, sentia-me em harmonia com tudo aquilo que a minha vista alcançava, os meus sentidos ficavam mais apurados, ouvia com grande nitidez os esvoaçar dos pássaros e a brisa nas folhas, via como que uma áurea em volta das árvores ( penso que eram fontes de energia ) os cheiros consistiam duma mistura fresca do rio com a vegetação e em certos sítios a terra molhada pela rega.
De repente o meu estado de espírito e físico estavam no limite máximo do bem estar. Mais á frente encontro um miúdo e a sua bicicleta parado no caminho, travo e pergunto-lhe o que tinha acontecido, o rapaz aparentava ter os seus 11 anos, e a bicicleta era tipo uma velha BMX, timidamente com lágrimas a escorrer-lhe pela cara, o rapaz responde-me a soluçar "tive um furo !!!", digo-lhe para não chorar que o ajudaria e acompanhava-o a casa. No meu camelbak só tinha uma câmara de ar para as minhas rodas, não tinha kit de remendos, o rapaz morava na Vila tal como eu, resolvi acompanha-lo a pé os 5 Kms até á Vila. Pelo caminho conversamos, afinal ele tinha 10 anos. Pensava que os miúdos de hoje tinham outros gostos e outra forma de viver que a minha nas suas idades, a conversa com o miúdo fez-me lembrar a minha infância, parecia eu quando tinha a sua idade.
Actualmente pensava que a Playstacion e as séries japonesas dominavam a mente deste miúdos, mas o miúdo chorava porque o facto de ter tido o furo implicava uns bons meses sem bicicleta até o pai se dignar finalmente remendar a câmara de ar, e a bicicleta para este miúdo era a sua principal "brincadeira", contou-me que passava todo o tempo livre a andar de bicicleta, comecei a imaginar o mundo deste miúdo, as esperas incansáveis pelo Pai e a indiferença do pai para com o seu problema. Ofereci-me para lhe arranjar a bicicleta, ao chegar a casa fomos á minha garagem e o miúdo ficou com a bicicleta pronta a andar. O Sol já se tinha posto quando cheguei a casa satisfeito com aquela óptima sensação de ter algo de bom.
Por vezes quando tudo parece correr mal é óptimo darmos uma volta naquela nossa máquina que nos afasta de todas as outras.[/img]
O tons avermelhados do sol reflectidos nas árvores criavam uma atmosfera quase mística, junto á margem do Lizandro um pescador atirava o anzol á água, alguns agricultores regavam as suas plantações e eu começava a sentir-me bastante melhor ... de repente senti-me como que "engolido" pela natureza, sentia-me em harmonia com tudo aquilo que a minha vista alcançava, os meus sentidos ficavam mais apurados, ouvia com grande nitidez os esvoaçar dos pássaros e a brisa nas folhas, via como que uma áurea em volta das árvores ( penso que eram fontes de energia ) os cheiros consistiam duma mistura fresca do rio com a vegetação e em certos sítios a terra molhada pela rega.
De repente o meu estado de espírito e físico estavam no limite máximo do bem estar. Mais á frente encontro um miúdo e a sua bicicleta parado no caminho, travo e pergunto-lhe o que tinha acontecido, o rapaz aparentava ter os seus 11 anos, e a bicicleta era tipo uma velha BMX, timidamente com lágrimas a escorrer-lhe pela cara, o rapaz responde-me a soluçar "tive um furo !!!", digo-lhe para não chorar que o ajudaria e acompanhava-o a casa. No meu camelbak só tinha uma câmara de ar para as minhas rodas, não tinha kit de remendos, o rapaz morava na Vila tal como eu, resolvi acompanha-lo a pé os 5 Kms até á Vila. Pelo caminho conversamos, afinal ele tinha 10 anos. Pensava que os miúdos de hoje tinham outros gostos e outra forma de viver que a minha nas suas idades, a conversa com o miúdo fez-me lembrar a minha infância, parecia eu quando tinha a sua idade.
Actualmente pensava que a Playstacion e as séries japonesas dominavam a mente deste miúdos, mas o miúdo chorava porque o facto de ter tido o furo implicava uns bons meses sem bicicleta até o pai se dignar finalmente remendar a câmara de ar, e a bicicleta para este miúdo era a sua principal "brincadeira", contou-me que passava todo o tempo livre a andar de bicicleta, comecei a imaginar o mundo deste miúdo, as esperas incansáveis pelo Pai e a indiferença do pai para com o seu problema. Ofereci-me para lhe arranjar a bicicleta, ao chegar a casa fomos á minha garagem e o miúdo ficou com a bicicleta pronta a andar. O Sol já se tinha posto quando cheguei a casa satisfeito com aquela óptima sensação de ter algo de bom.
Por vezes quando tudo parece correr mal é óptimo darmos uma volta naquela nossa máquina que nos afasta de todas as outras.[/img]