[Crónica] A alvura do Alvão

Phalhas

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Está tudo doido.

Estes gajos do norte não têm melhoras. Desta não me criaram qualquer sentimento de inveja e ainda bem que moro bem longe, senão lá o meu nick seria recordado mais uma vez: - "és um phalhas".

Sou mesmo um menino.

"eu gosto é do Verão, passear com a prancha na mão..."


Obrigado, um espectáculo.

Abraço e continuem.

Rui
 

Ferrão

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Pois é, parece que o dia de ontem foi duro para todos, ou pelo menos para os que não ficaram à lareira. :mrgreen:

Também nós pelo Caramulo apanhámos uma molha e frio que nem vos conto. Se o ano passado com neve foi difícil, este com chuva e vento foi pior.

Mas imagino que tal como vocês, à chegada sentimo-nos muito bem, quanto mais não seja pelo pensamento já vir há muito num banhinho quente.

Venham mais destas, porque estas é que ficam na lembrança.
 

indy

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Myrage said:
Fico a aguardar uma analise detalhada das meias SealSkinz. (Estou a pensar mandar vir umas da chain)

As que usei julgo que foi a minha mulher quem me ofereceu...
Cumpriram a sua missão. Não tive frio nos pés nem entrou água quando pisei numa poça.

Mas não há milagres. Quando começou a chover torrencialmente a água começou a entrar por cima e aí também demonstraram a sua impermeabilidade: a água ficou lá dentro! :lol: :lol:
 

Myrage

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indy said:
As que usei julgo que foi a minha mulher quem me ofereceu...
Cumpriram a sua missão. Não tive frio nos pés nem entrou água quando pisei numa poça.

Sealskinz a caminho. Agora quero que chova até que os Cães bebam de pé........

MY
 

Gertrudes

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Eu uso umas meias sealskinz, realmente com chuva torrencial deixam entrar agua mas de resto são um espetáculo! Comprei no olx.
 

350plus

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Repesco este tópico com dois anos, pois hoje escreveu-se mais um capítulo desta invernal subida ao Alvão, já tornada uma clássica do dia 1 de Dezembro. Se em 2009 (ver posts acima) fomos brindados com tempo inclemente e esparsa neve, desta vez tivemos muito melhor sorte. O tempo estava até agradável, com pouco vento e até umas longas abertas de sol quente. E a neve, a maior vedeta do espectáculo, marcou a sua presença em força, recobrindo todo o Alvão num manto branco que começava a partir do 700 metros de altitude.

As duas primeiras ascenções foram feitas a dois (eu e o Indy) mas desta vez arranjamos a boa companhia do Tico, Valentin e do Marco, facilmente aliciados pela perspectiva de pedalar pela neve.

Como habitual, partimos do estacionamento junto as fisgas do Ermelo e rapidamente iniciamos a subida pelos trilhos que seguem paralelos ás fisgas. Quebramos o ritmo para galgar um escorregadio singletrack que ruma à ponte junto a aldeia de Varzigueto, velho conhecido de muitas voltas pelo Alvão. Começamos no meio do nevoeiro em piso húmido e sem neve mas rapidamente começamos a ser presenteados com um panorama de rara beleza.

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Com a intenção de rumar a Lamas de Olo, enveredamos agora por um pitoresco caminho que segue ondulante uns metros acima do rio Olo. Este caminho termina em Pioledo e foi uma descoberta pela primeira vez utilizada num outro ataque pelas terras de Basto, feito no início deste ano. Este caminho fez-se lento e com muitas paragens, umas causadas por problemas de tracção e equilíbrio, outras por grandes batalhas de bolas de neve que iam irrompendo entre os intervenientes.

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Ainda antes de entrar em Pioledo fizemos uso da nossa arma secreta para este terreno. Preso ao camelbak do Tico vinha um trenó plástico do Valentin que prontamente pusemos à prova numa das encostas inclinadas que encontramos à face do trilho.

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Emergimos da neve à entrada do Pioledo, onde uma anciã guardando as suas galinhas nos inquiriu em jeito de surpresa:

-E vieram por aí? Onde a neve é mais funda?

Acenamos em confirmação e seguimos o nosso caminho em direcção a Lamas de Olo. Subimos a bom ritmo pela estrada de asfalto, suficiente limpa pelo rodado dos vários jipes e pickups que rolavam, em trabalho ou lazer, pelo topo do Alvão.

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Atravessamos Lamas de Olo penosamente devagar. O gelo era abundante no empedrado das pequenas ruas da aldeia serrana e um temível adversário para as capacidades de aderência nossos vulgares pneus de BTT.

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Rolávamos agora em direcção à barragem de Lamas de Olo. À saída da aldeia trocamos breves palavras com o condutor de uma carrinha de carga que estava preso na inclinada estrada de acesso. Claramente frustrado pela sua má escolha de percurso e sem correntes, aguardava a chegada de um prometido tractor para o puxar dali para fora. As dificuldades que a carrinha sentiu também por nós foram enfrentadas nas centenas de metros seguintes. Uma mistura de gelo e neve solta impedia que seguíssemos muito tempo em cima das bicicletas. Seguimos alternando entre períodos a pé e outros a pedalar, com discussões animadas sobre a melhor de forma de conseguir forçar a bicicleta a trepar a estrada gelada. Uns usavam da força para abrir o caminho, outros preferiam métodos psicológicos mais elaborados para tentar dominar a trajectória aleatória das duas rodas.

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Depois de uns minutos neste pára-arranca, atingimos uma zona de asfalto mais plano que nos permitiu chegar à barragem. Lá a paisagem mostrava-se bela como a vimos em 2008. Estas barragem foi também um dos pontos de passagem da nossa travessia Chaves-Coimbra deste Verão. O contraste evidencia a sempre interessante mutabilidade do nosso Norte montanhoso. Ora seco e insuportavelmente quente, ora paisagem "árctica" de maravilhas invernais.

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À medida que nos aproximávamos do nosso destino final de subida, o bar Cabana, apareciam cada vez mais árvores pesadamente decoradas pela neve. O clássico postal de Natal.

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Chegamos ao Cabana. Recarregamos a nossa energia com boas sandes de presunto e alheiras assadas ao lume e tentamos afugentar o frio das extremidades com as chamas da lareira.

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Quando saímos do acolhedor estabelecimento, o tempo tinha ficado pior. O vento tinha levantado e a temperatura descido. O frio, agora certamente em valores bem negativos, arrepiava-nos o corpo e congelava-nos as mãos, não fazendo caso das pesadas luvas de inverno que todos envergávamos. A situação ficou desconfortável para todos. Fomos então forçados a acelerar o passo e abandonar esta zona mais gelada. Descemos, curva após curva, pela estrada em direcção ao nosso transporte e para longe da bela paisagem. Pelo caminho ainda deu para tirar umas últimas fotos, recordações de mais um alvo Alvão.

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Apesar do frio incessante, penso que todos os participantes ficaram fascinados com a beleza das neves do Alvão. E eu, ainda a aquecer o corpo depois da incursão de hoje, já anseio pela próxima viagem pelas serras invernais.
 
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El Solitario

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Masmo sabendo que "o frio é psicológico" fico um tudo ou nada arrepiado, mas talvez não seja do frio, deve ser antes um sentimento de admiração pela coragem necessária à jornada. Parabéns a todos os valorosos.
Bp,
 

indy

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O Eduardo contou muito bem a história.
Mais um ano em que aproveitámos para desfrutar e fotografar a beleza do Inverno que se aproxima. Relativamente a outras voltas até são poucos kms. Mas as condições são agrestes. Muita neve há dois anos; chuva e vento o ano passado; este ano achei os kms finais especialmente frios, onde quase desesperei com dores nos dedos, apesar de achar que ia bem equipado. Pelos vistos não era suficiente.

Mais algumas fotos:

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Nuvens ou nevoeiro?

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Varzigueto's single

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A caminho de Pioledo

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Tico, o carregador do "escape pod"

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Brincando

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A alvura do Alvão

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Obrigado!

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Caminhando...

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Lamas de Olo

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Barragem Cimeira

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Coníferas

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Refrescando o... espírito

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A Cabana

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O Inverno

Restantes fotos: http://picasaweb.google.com/voodoo.bokor/AlvaoInvernal#
 

Myrage

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Eu só fiquei com inveja da alheira que aparece nas fotos do Tico. Nada melhor que uma alheira aquecida à lareira. E se possível com uma caneca de café quentinho :)

Continuem a congelar momentos. Que bem é preciso ;)

MY
 

Ludos

Benevolent dictator for life
Staff member
No ano passado não me custou nada ver e ler a fustigação a que se submeteram. Este ano a palavra de ordem é inveja! Muita! Cá por baixo apanhar paisagens dessas é impensável :(
 

pin7as

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não vos vi!!! andei por lá de carro e não vos pus a vista em cima... na volta evitaram-me...hehe
boas fotos, abraço!
 

350plus

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Se calhar até foi pelo melhor, Pin7as.

Ainda pensavas que estavas a ter visões quando nos visses a sair do nevoeiro. :rotfl:
 
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