Eu fiz o caminho do Norte no verão de 2013 (
http://www.rumoasantiago.com/norte/) partindo de Irun, mas optei pelo trajeto por Gijón que, daquilo que sei, é o trajeto "normal" do Caminho do Norte, sendo a opção por Oviedo uma alternativa normalmente tomada por quem quer ligar o Caminho do Norte ao Caminho Primitivo.
De qualquer modo, aqui vão umas observações rápidas. De todos os que fiz (Português, Francês, Via de la Plata e Norte), este foi sem dúvida o mais duro. Quase todo o caminho é acidentado, com muitos montes para subir. É, contudo, o caminho mais "urbano" dos que conheço, pois passa em muitas zonas turísticas, muitas cidades médias/grandes e tem demasiados trajetos por alcatrão.
No nosso caso, optámos por fazer sempre o caminho original (caminho pedestre), ignorando sempre as indicações para bicicleta. Cumprimos esta regra religiosamente com exceção para o trajeto entre Pasaia e Donostia no 1º dia, dado que tínhamos de chegar a Donostia antes das 13h para comprar uma câmara de ar com slime (era sábado e não íamos ter lojas disponíveis até segunda feira). Esta opção valeu-nos umas valentes trepadas por carreirinhos e encostas que até só de mochila às costas são um desafio, quanto mais com a bicicleta para levar também. Posso dizer que um dos dias que ficou marcado nos levou por um carreiro tão difícil que levámos talvez umas 2 horas para fazer 1km ou 2 (Monte Brusco).
Tratando-se de um caminho que atravessa muitas zonas turísticas (vai quase sempre junto à costa), o alojamento disponível é bastante caro para o que oferece. Como há poucos albergues municipais, estes enchem rapidamente com os peregrinos que fazem o caminho a pé. Convém, por isso, fazer algum planeamento das etapas para garantir que têm sempre alguma alternativa para dormir (num dos dias quase que dormimos ao relento por falta de oferta).
Tens também de contar com algumas travessias de barco (creio que fizemos umas 3, pelo menos), cujo custo anda entre 1€ e 2 ou 3€ (por pessoa e a bicicleta paga como sendo uma pessoa, se não me engano), a não ser que queiras alongar etapas em mais de 20km nalguns casos. Mas essa parte também é engraçada, pelo que vale a pena.
Eu não fiquei particularmente encantado com este Caminho... é engraçado e a costa norte de Espanha é muito bonita, mas parece que falta ali qualquer coisa da "essência do Caminho". Continuo a dizer que a Via de la Plata é, para mim, o Caminho mais autêntico e que recomendo vivamente (gostei ainda mais do que do francês).