Alforges vs Mochilas

[serici]

Boas,

No próximo mês vou arrsicar um passeio de BTT pelos Caminhos de Santiago. Hoje dirigi-me a Decathlon para validar a melhor forma de transportar o material de suporte para uma viagem de 4 dias e tive a triste notícia que a minha bicla não dá para os suportes de alforges uma vez que o quadro não é furado. Assim solicito a vossa ajuda para encontrar a melhor solução:

Alforges ou Mochilas? Acredito que haja uma solução para alforges que continua a ser a minha 1 opção
Bicla: Quer CXR 27,5

 

[Mr.sa]

Não há problema. Usas um suporte de alforges que apoia no eixo da roda de trás e no aperto do espigão. Eu tenho um da blackburn que é assim e já fez 2viagens longas e está top.

Tens ainda aqueles suportes que apoiam apenas no espigão, porém têm limite máximo de peso curto que suportam

 

[serici]

Consegues-me o modelo e confirmas que dá para roda 27.5? Vi um modelo do genero que referes mas so dava para roda 26

 

[camponubla]

Uma das vezes que fiz o Caminho um dos amigos tinha um destes suportes presos só no espigão. Tinha a limitação do peso, mas de resto portou-se bem. E se "só" vais 4 dias acho que deverá chegar.

Em relação a mochila ou alforjes, sem dúvida vai para as alforjes.

 

[romaosl]

Esquece a mochila. Uma vez fiz algo do género com uma mochila e jurei para nunca mais. Ao início é na boa, mas com o passar dos quilómetros as costas e o rabo (por causa do peso acrescido) começam a doer e muito. A melhor hipótese é arranjares um suporte de prender no eixo da roda e um adaptador para o prenderes ao espigão do selim. Se não precisas de muita carga, a decathlon tem um suporte de prender apenas no selim que dá para 7kg max.

 

[Mr.sa]

mochilas é que nem pensar... nem pensar mesmo. Aliás... para mim a simples mochilinha para mim já é proibitivo. Temos de olhar pela saúde 1º. É preferível arranjar trinta por uma linha para meter tudo preso ao espigão e quadro do que arriscar dar cabo das costas.

O que eu uso é este, e dá para todas as rodas, pois a parte que prende ao espigão é flexível e é que define a altura a que fica preso.

http://www.blackburndesign.com/en_eu/racks/rear-racks/ex-1-disc-rack.html#.V0Ig475LEQ8

Na imagem não dá para ver a parte do aperto do espigão. Basicamente são duas placas que se vão juntando até perto do aperto do espigão, e que aí são apertados por um aperto de espigão próprio que vem junto com o suporte.

 

[Joseelias]

Embora nunca tenha feito viagens com mochilas, apenas com alforges, também não aconselho o seu uso se a viagem for longa e o peso substancial.

(EDIT: Como qualquer pessoa, já usei mochilas na bicicleta incontáveis vezes durante uns bons quilómetros, e uso sempre mochila de hidratação, para extrapolar o que seria levar uma muito mais pesada e volumosa numa viagem de dias muitas horas por dia)

Mesmo que leves só cinco quilos às costas, como estarás ao fim de várias horas, e mais ainda ao fim de vários dias? Algumas vezes cheguei a pedalar bem mais de 10 horas num dia e no final o cansaço era muito elevado. Se tivesse levado algo a carregar-me as costas e a cansar a zona lombar e os ombros, já para não falar do aquecimento do tronco com a desidratação acentuada, não creio que tivesse conseguido.

A tua bike ainda por cima é virada para uma geometria XC em que vais mais deitado, e não especifica para viagem, pior ainda.

Procura as soluções que te propuseram.

 

[Ricast]

Boas Serici,

Opinões são opinões, cada um com a sua sentença, falo por mim. Já fiz com alforges e só quero mochila.
Vantagens e desvantagens, com alforge:
Vantagem - Não tens peso nas costas... para mim é só essa.
Desvantagens, no mato andas preso no chão, probabilidade de teres furos é maior, não te divertes tanto, "Atenção falo por mim, por experiência própria"

Mochila;
Não caias no erro de querer enchê-la toda. Quando fiz o Caminho Francês levei peso a mais e lixei-me, serviu de lição. Comprei uma Mochila adequada para o Btt, e apenas 24L, é impecável. Lógico que dividi o mal pelas aldeias. As ferramentas vão numa bolsa no espigão da topeak, cabe lá tudo, e ainda dá para fazeres aquelas descidas, a sentares-te na roda de trás.

Esta última foram fiz a Rota Vicentina + a Via Algarviana, tudo seguido, e as costas estão impecáveis.

Tens muitas mochila no mercado, se optares por este modo.

 

[edumad]

Eu já fiz alguns caminhos, sem com mochila ou com mochila mais bolsa no selim como o Ricast (mas maior).

A primeira vez levei peso a mais, isso é um erro de inexperiente, problema para alforges como para mochila.
BTT não é estrada, muito tempo estamos fora do selim. Por isso, tirando a primeira vez não achei muito problemático o peso extra.
Sua-se mais com mochila, eu normalmente uso mochila de hidratação por isso já estou habituado. Há pessoal que não gosta de mochilas, o conforto interessa por isso opta pela que achares melhor.

Com um saco no selim, fiquei peso na mochila igual aquilo que levo numa volta de 1 dia.

SDC17613 by eduardodourado, on Flickr

 

[JoaoAM]

As opiniões vão sempre divergir, eu só usaria mochila por exemplo.
com alforges não me iria divertir com a bicicleta e esse é sempre o meu objetivo, não podia dar um saltito ou fazer aquelas descidas mais loucas.
procura material de bikepacking, não comprometes tanto o comportamento da bike e não andas com as malinhas atrás

 

[Mr.sa]

eu mochila ás costas nunca usaria.

Das duas uma, ou alforges se o terreno não fosse muito duro, ou então bikepacking. Existem ótimos sacos para prender ao guiador, selim e mesmo dentro do triângulo do quadro.

Mas lá está, opiniões.

 

[Hardskin]

Para o problema da transpiração nas costas existe uma solução: Deuter ac Lite 22 ou a 24.
A mesma marca tem outros modelos com variações no sistemas de arejamento mas que não me parecem ser tão eficazes e simplificados.
A Decathlon tem um modelo recente da Quetchua, com um sistema parecido, mais barata, com mais arrumo e com uma estética top. Na minha preferência só peca por ter um aspecto pouco clean com demasiadas correias e pormenores que eu dispenso.
Com este modelo da Deuter é uma experiência completamente diferente comparado com o resto das mochilas e não é dedicada para a vertente das bikes. Quando cheia, a carga fica firmemente distribuída pelas costas desde a lombar ao dorso, ao contrário da que o Ricast apresenta nas fotos e que supostamente é adequada para BTT. As mochilas dedicadas tem a tendência para distribuir a carga de forma a baixar o centro de gravidade o mais possível para se obter um melhor domínio e estabilidade da bike. Em teoria e possivelmente na prática, isso será benéfico num camelback onde o volume e o peso da carga é muito menor.
A questão dos alforges vs mochila, depende do tipo de percurso/piso, duração e autonomia que se pretenda ter numa viagem. Para mim será sempre a mochila e quando necessário, bolsa no selim e se tiver que levar mais carga na mochila a tenda passa a ir presa no guiador.
A escolha da tenda/saco-cama/colchão-insuflável tem de ser criteriosa na relação para se conseguir o menor peso e volume possível. Para mim que sou magro, as esteiras em esponja são uma nulidade e embora mais leves ocupam muito mais espaço e por mais grossas e densas que sejam tornam as noites numa tortura.

Para os adeptos do bikepaking um link interessante...
http://www.cyclingabout.com/speed-d...bikepacking-bags-aerodynamic-testing-results/

 

[Ricast]

Hardskin, para mim teorias sem experimentar vale ZERO!

Contudo sou um defensor do meu modelo de mochila.

Já experimentei algumas. Confesso que há melhor, mas para esse efeito terás de abrir os cordões à bolsa e aí tens muita oferta, e para mim seria só da EVOC.

Confesso que fiz que a maior parte das minhas travessias têm sido com Alforge, e eram da Topeak, para mim são topo, agora já há mais modelos de outras marcas, como a thule.

Em 2014 fiz a minha maior travessia, e uma semana antes troquei de bike, foi uma estreia em tudo, e fui de mochila em vez dos alforges. Apaixonei-me pelo comportamento da máquina, andas muito mais solto. Mesmo com esses sacos todos do Bikepaking, dúvido muito que te divirtas tanto, dúvido mesmo. (Contudo, não podes levar a casa às costas, o essencial é o fundamental, e tenta dividir o mal pelas aldeias.)

Deixo-te aqui o modelo da minha mochila, e digo-te que procurei muito antes de a comprar, esta foi sem dúvida a mais acertada.

Mochila Shimano Hotaka 24L (Também há de 30L)
https://goo.gl/photos/k7mCX354CQSao2Z96

Um pequeno reparo em relação às outras mochilas. Quando vais a descer, a maioria das mochila, têm tendência de te bater na nuca, e isso incomoda bastante, nesta nunca acontece isso, repara bem na foto do meu primeiro post, a distância é fundamental.

Material de bikepacking gosto desta - http://apidura.com

Abraço

 

[Joseelias]

No fundo vai depender muito daquilo que se pretende fazer.

Se for por uns dias, e se se ficar sempre em hotéis/pousadas/albergues. As refeições feitas em restaurantes/cafés. Levando apenas uma ou duas mudas de roupa para a bicicleta e mais uma ou duas de roupa normal, somando alguma alimentação para o percurso como barras energéticas, sempre acesso fácil a água e as ferramentas básicas, é possível levar tudo numa mochila e bolsa de selim. Acaba por ser mais volume que peso e se não forem muitas horas a mochila pode safar. E isto se for verão em que a roupa é mais ligeira.

Mas numa aventura mais complexa continuo a achar a mochila inviável ou apenas como um complemento muito leve. Em saídas que fiz e que eram de Btt em autonomia total, ou incluíam parte do percurso nesse género em acréscimo à estrada, e onde se tinham que levar não só tendas como toda a alimentação para dois ou três dias de autonomia, fogões a gás, e até mesmo a água para várias pessoas (peso brutal), as mochilas não eram práticas. Chegámos a dada altura até a levar pneus suplentes que usamos por haver pneus que rebentaram. Não sei que peso carregava cada bicicleta mas não exagero se disser que a minha (e de outros) levava pelo menos 15kg.

A questão do divertimento é relativa. Se se quiser fazer a viagem como se estivéssemos no trilho perto de casa a ripar ao máximo é normal que o alforge crie dificuldades. Mas se se quiser fazer a viagem no espírito de viajante, os alforges não retiram divertimento e até o promovem ao criar novos desafios ao ciclista. Torna tudo mais técnico e aumenta o desafio, sejam em subidas ou descidas, ao invés de nos mandarmos por ali abaixo como se faz sempre com mochila ou sem ela. Exagerando um bom bocado, nas descidas fica-se mais perto do trial que do DH, por exemplo.

 

[Hardskin]

Hardskin, para mim teorias sem experimentar vale ZERO!

Ricast esta não percebi até porque tenho 3 mochilas uma Shimano incluído. :exacto:
Não pretendi desfazer na tua mochila até porque estamos a trocar experiências e opiniões. Cada um tem a sua e como tal para mim é desconfortável levar a carga "pendurada" da forma como tu apresentas na foto em que me baseei.



Abraço.:yeah:

 

[Jean73]

Serici,

Em Outubro 2014 fiz Porto - Santiago na minha Bike suspensão total, com estes suportes / alforges Thule, são simplesmente fantásticos e é um investimento p/ o resto da vida pq são compatíveis com toda e qq bike, pois fixa nas escoras traseiras:

http://www.thule.com/en-us/us/produ...acks/thule-pack-n-pedal-tour-rack-_-pp_100016

http://www.thule.com/en-us/us/produ...ks/thule-pack-n-pedal-side-frames-_-pp_100017

https://www.thule.com/pt-br/br/prod...thule-pack-n-pedal-commuter-preta-_-pp_100010

Se tiveres interesse, manda PM

 

[Ricast]

Ricast esta não percebi até porque tenho 3 mochilas uma Shimano incluído.
Não pretendi desfazer na tua mochila até porque estamos a trocar experiências e opiniões. Cada um tem a sua e como tal para mim é desconfortável levar a carga "pendurada" da forma como tu apresentas na foto em que me baseei.

Hardskin, o que é bom para ti, pode não se adaptar para mim e vice-versa.

Abraço:cheers::cheers:

 

[RTC]

Esta questão é interessante até porque eu próprio nas primeiras viagens/travessias que fiz tinha sempre essa dúvida. Em qual modelo optar. Alforge ou Mochila.

Ponto prévio. Nunca usei nem nunca andei com alforges.
Contudo posso adiantar que do que fiz, desde voltas de 1 dias até 5 dias, usei sempre mochila. E sempre com sucesso sem qualquer tipo de mazelas ou desconforto.
Falo de mim e falo da minha mulher, que também usou.

No fundo já muito foi dito aqui. O post do joseelias é esclarecedor. Tudo depende da relação do material a levar com base no que se pretende usar e durante o numero "x" de dias.
No entanto, daquilo que aqui li, sinto que quem aconselha o alforge, o recomenda não pela hipotéticas vantagens que podem ter mas sim pelo facto de não se verem a pedalar com algo às costas, independentemente do seu peso ou qualidade da mochila. Nem que seja por 1 dia. Mas para 1 dia há bolsas de selim que já levam muita coisa. Nem é necessário alforge ou mochila.
Mas para mais dias, a mochila é, na minha opinião, uma boa solução. Nós optámos por umas Deuter com boa ventilação. Cada vez que se pára, também se tira a mochila, é claro.
Nunca sentimos qualquer desconforto ou peso por usar mochila.

 

[Ricast]

Joseelias, não quero criar atritos com ninguém -

Se se quiser fazer a viagem como se estivéssemos no trilho perto de casa a ripar ao máximo é normal que o alforge crie dificuldades.

, não concordo com esta frase.

Contudo é a sua opinão.

Abraço

 

[Joseelias]

Ricast, não percebo o motivo porque há-de haver atritos, com a minha frase ou a tua discordância dela. Por acaso não lês-te "mochila" onde eu escrevi "alforges", e interpretaste de forma diferente aquilo que eu disse?

É que andar numa bicicleta com alforges carregados (estou a falar de uns quilos valentes, não de 5kg), não é definitivamente o mesmo que andar sem alforges. Muito menos a "ripar ao máximo". Em Btt, o peso extra na roda de trás altera muito o comportamento da bicicleta.

A descer parece que vais a conduzir uma locomotiva e os tempos de paragem alongam-se muito mais. A traseira ressalta muito menos por causa do peso, fazendo com que o pneu comprima mais e o quadro leve pancadas secas, bem como em curva a bicicleta desequilibra com muito mais facilidade se se for com a mesma velocidade de uma bike sem alforges. Daí que as derrapagens a descer têm que ser muito controladas. Em subida é necessário cuidado ao se pedalar em pé pelo peso e inércia da bicicleta e com mais facilidade se tomba para o lado. Por outro lado a tracção a subir é enorme e raramente a roda de trás derrapa. A passagem por locais muito estreito também é mais dificultada com alforges.

No caso do uso de mochila, o comportamento da bike é pouco ou nada afectado. Já o ciclista pode sentir a influência da mochila pois eleva o centro de gravidade, embora aí seja mais fácil de corrigir as diferenças, que o peso dos alforges.